Diante dos atos antidemocráticos com a destruição dos prédios dos três Poderes, na tarde de domingo (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os chefes dos demais poderes se reuniram com grande parte dos 27 governadores – 23 estiveram presentes – no Palácio do Planalto, na noite desta segunda-feira (9), em Brasília.
– Vocês vieram prestar solidariedade ao país e solidariedade à democracia – afirmou Lula, sobre o fato de os governantes estarem ali não para fazer reivindicações a seus Estados.
Em seu pronunciamento, Lula admitiu que o governo foi pego de surpresa com o vandalismo e criticou a Polícia Militar do Distrito Federal, que, segundo ele, negligenciou.
– Depois da grande festa democrática, todos nós fomos pegos de surpresa – afirmou o presidente, referindo-se à posse tranquila no dia 1º de janeiro.
Devido à negligência da Polícia do Distrito Federal, disse o chefe do país, foi preciso intervir na segurança do DF. Já sobre os vândalos, Lula frisou que eles ficarão presos até o término do inquérito.
– Nós não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos, porque é a única chance de a gente garantir que o povo humilde consiga comer três vezes ao dia, ou ter direito de trabalhar – discursou Lula, que também prometeu investigar para descobrir quem eram os financiadores das manifestações em Brasília.
Foto: TV Brasil (Reprodução)
Manifestações
O microfone também foi aberto para todos os governadores que desejassem a falar. Um deles foi o chefe do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que prestou apoio ao presidente e reafirmou a defesa da democracia. Mais uma vez, colocou a tropa de choque do Estado à disposição do governo federal.
Para a terça-feira (10), Leite diz que promoverá uma reunião do Gabinete de Crise para discutir a situação no Rio Grande do Sul e tentar identificar os responsáveis por atos que agridem não só as “estruturas físicas, quanto as instituições estabelecidas”.
– Nossa solidariedade aos poderes agredidos. Estamos atuando em sintonia para a manutenção da ordem nos Estados – disse Leite.
Também estiveram presentes os governadores de São Paulo, Tarcisio Gomes de Freitas (Republicanos), do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Os três foram apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2022, mas criticaram os ataques em Brasília e demonstraram solidariedade ao governo federal, ao Congresso e aos ministros do STF.
Ao final da reunião, por volta das 20h25min, Lula convidou os governadores para irem a pé até o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), para levar solidariedade ao ministros.